Em nosso país, um dos hábitos dos
consumidores é o parcelamento dos valores dos bens (duráveis e não
duráveis) adquiridos. Compramos a casa própria em 20 anos ou mais, carro
em 5 anos, móveis e eletrônicos em 2 anos, roupas, sapatos, acessórios e
presentes em até 1 ano e pasmém, parcelamos até os produtos de
supermercados e farmácia em 90 dias. Esse comportamento, amplamente e
erradamente incentivado pela própria sociedade, Governo, Instituições
Financeiras e empresas em geral, é um dos propulsores do mercado interno
brasileiro e de nossa economia. Infelizmente, apesar da eficácia que o
método causa ao aumentar o giro de mercadorias e aumento do lucro por
parte de alguns setores da economia, é ineficaz no contingente
individual, ao criar uma massa de endividados. Aos brasileiros, em sua
maioria, sobra a frase “correr atrás para pagar as contas”. Esse
princípio enriquece os credores e empobrece os compradores, pelo custo
alto do dinheiro financiado – juros sobre juros, embutidos na compra
parcelada).
Muito mais salutar é o ato de poupar e
aumentar o poder de barganha em uma compra á vista, de modo a fugir dos
famigerados juros (a taxa de juros brasileira é uma das mais altas do
mundo). Financiar um bem a longo prazo, com taxas de juros nominais de
1% a.m., em uma economia que cresce 3% a.a. e com salários que são
remunerados em média 5-6% a.a. é algo como “dar um nó na própria forca”.
Entretanto, como disse, a cultura do sonho do consumo impera, e,
infelizmente, o dinheiro fácil é vendido aos montes e o pouco raciocínio
financeiro recai sobre as famílias brasileiras que, em média, são
pobres de informação e conhecimento.
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