Os consumidores dos mercados emergentes são ávidos por acessar a
internet e, quando isso acontece, suas vidas são transformadas. Essa é a
conclusão do Digital Life, estudo global sobre o mundo digital
realizado pela TNS, empresa Kantar e parte da WPP.
O estudo revela que avanços em infra-estrutura nos países em
desenvolvimento possibilitaram o acesso ao mundo digital. Mais do que
trazer novas oportunidades, essa condição mudou a vida dos consumidores
destas regiões. No Brasil, 38% dos internautas declararam que a web os
ajudou a melhorar sua autoconfiança enquanto a média geral dos países
emergentes foi ainda maior 44%. Nos mercados desenvolvidos, esse
percentual cai para menos da metade, 19%,
Munidos dessa confiança recém-adquirida, as pessoas dessas regiões já
começam a usar a internet como forma de se autoexpressar – um terço dos
internautas emergentes escreve semanalmente em seu próprio blog, contra
apenas 18% nos países desenvolvidos.
Os resultados do estudo confirmam a tese de que a internet pode se
tornar viciante para os internautas iniciantes. "Os maiores índices de
engajamento foram verificados justamente nos mercados emergentes onde
havia restrição de acesso em um passado recente", declarou Juan Londoño,
gerente regional de pesquisa interativa da TNS para a América Latina.
Para o executivo, esse é o momento ideal para que as empresas
estabeleçam uma conexão emocional com seus consumidores na rede: "nossa
experiência mostra que, conforme os usuários tornam-se mais experientes,
naturalmente, eles se tornam mais céticos e criam uma barreira contra
ações publicitárias na rede".
Mobilidade e os serviços do futuro
O Digital Life comprovou a importância da mobilidade para prover o
acesso à internet nos mercados em desenvolvimento. O percentual de
consumidores destas regiões usando a Internet pelo celular já é superior
aos países desenvolvidos, 37% vs 34%. Em mercados como a África do Sul,
Nigéria e Quênia, os consumidores são mais propensos a usar a internet
móvel do que a tradicional.
De acordo com Juan, responsável pelo estudo no Brasil, "se é verdade
que o futuro é digital, podemos dizer que o futuro do digital está na
mobilidade. Cada vez mais veremos consumidores com acesso móvel à web, o
que impacta diretamente no comportamento e na intensidade de uso."
Dessa forma, a comunicação móvel deve ser uma parte integral do mix de
marketing das marcas, principalmente quando o objetivo é falar com os
consumidores emergentes.
Os internautas emergentes também se mostraram mais receptivos a novos
produtos e serviços. O Internet Banking possui um potencial altíssimo
nos mercados emergentes, onde o serviço é menos difundido. 18% dos
internautas brasileiros disseram ter interesse em usar o serviço, o
dobro da média global. Outro exemplo é a TV com o recurso time-shifted,
30% dos brasileiros declararam ter interesse no produto, enquanto a
média global é de 20%.
A abrangência global da pesquisa, que foi realizada em 60 países, com
mais de 72.000 internautas, possibilitou a identificação de dois
comportamentos antagônicos entre desenvolvidos e emergentes. "Enquanto
os primeiro estão saturados de informações e mais céticos em relação à
atuação das marcas online, os emergentes estão em um processo
(acelerado) de aprendizagem nesse ambiente. As empresas devem aproveitar
esse momento único para agir como parceiras, proporcionando ferramentas
para que os consumidores desbravem esse admirável mundo novo".
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